Há de se reinventar o novo. Um mundo em que os padrões sejam refeitos e talvez abandonados. Em que dar vida seja mais importante do que matar; criar mais urgente que consumir. Reinventar as artes através do esquisito, não do que já é comum. Reinventar o sistema econômico para que não haja acúmulo, mas distribuição. Reinventar a alimentação para que ela nutra em vez de envenenar. Reinventar as relações sociais de forma que o ego não seja inflado por status, mas curado por trocas verdadeiras.
Inventar é tão bom, mas a gente esqueceu. Reinventar é a refazenda das borboletas atiçadas no estômago (mas elas estão morrendo de fome). É pegar cada palavra que vier nessa cabecinha desgraçada e transformar numa canção de linhas, até que vire o rascunho daquilo que se tornará vanguarda. Bom, isso se o medo permitir que você sonhe mais alto do que possa afundar os pés.
Há de se soprar as poeiras, bailar com as árvores, chorar com as nuvens. A vida nos foi dada pra ser vivida e mesmo assim NADA de novo tem acontecido — é sempre mais do mesmo do mesmo do mesmo, cansando os inocentes e os incansáveis.
Hoje talvez seja o primeiro dia das suas futuras lembranças, que vão te fazer sorrir por lembrar que você desistiu de repetir.
A única coisa a se repetir talvez seja o ineditismo. Quem sabe, assim, a gente não volte a sorrir até que as borboletas voltem a bater as asas (não mais de desespero).
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Que lindo, Thi! Você faz arte <3